Clotrimazol é Eficaz na Aspergilose Canina

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Aspergilose Canina

Caracterização

A aspergilose canina é uma doença de elevada importância na clínica veterinária e o rápido diagnóstico resulta em melhor resposta à terapia e prognóstico para os animais.

Aspergillus spp. é um fungo de distribuição universal na natureza, cuja fonte de contágio mais comum é a via aérea (SALES, 2009; SANCHES; COUTINHO, 2007).

Tipos de Infecção

 1.    Doença localizada na cavidade nasal e nos seios frontais;

2.    Doença disseminada.

Ambas as formas são mais comuns em cães do que em gatos (TILLEY; JR; K, 2015).

Principais Sintomas

A aspergilose nasal é uma doença inflamatória, que causa tipicamente rinites e sinusites.

®     Intensa descarga nasal mucopurulenta ou serosanguinolenta, uni ou bilateral, podendo ocorrer despigmentação das narinas e mesmo osteomielite dos seios paranasais.

®   Ulcerações das partes externas das narinas e desconforto facial, com dor.

Fatores de Risco

 A ocorrência da aspergilose está ligada à queda de imunidade por diversas causas como uso de imunossupressores, corticoides e doenças debilitantes intercorrentes

®     Estima-se que a aspergilose nasal seja uma das maiores causas de descarga nasal mucopurulenta crônica em cães, podendo representar mais de 30% dentre as doenças respiratórias registradas; já a aspergilose disseminada é rara.

®     Cães de qualquer idade podem manifestar a doença, sendo que 40% dos animais apresentam três anos ou menos e 80% menos de oito anos (SANCHES; COUTINHO, 2007).

Aspergilose Canina

Tratamento

O tratamento efetivo da doença é difícil, sendo a terapia tópica uma alternativa viável e com resultados positivos na aspergilose nasal, mas não é suficiente quando o agente atingiu os tecidos moles extracavidade, sendo necessária terapia sistêmica conjunta. O protocolo sistêmico requer terapia prolongada.

Abordagem Terapêutica

A abordagem terapêutica mais utilizada consiste na remoção cirúrgica dos tecidos onde se encontram as colônias fúngicas, combinada com aplicação tópica e/ou sistêmica das drogas escolhidas.

Técnica Não Invasiva

ü  Na técnica não invasiva o medicamento é administrado com uso de cateter através das narinas, até preenchê-las de medicação;

ü  Para diminuir o risco de aspiração e perda da droga pela nasofaringe e trato respiratório inferior, o cão permanece em decúbito dorsal, com esponjas absorventes na orofaringe e nasofaringe (ao redor do tubo endotraqueal por onde é infundida a anestesia inalatória) e o cuff do tubo endotraqueal inflado para fechar a luz da traqueia. 

A técnica não invasiva para infusão intranasal resulta em melhor distribuição do medicamento na cavidade nasal e em seios frontais do que a técnica de colocação cirúrgica de cateteres. Além disso, pode ser infundida maior quantidade de medicamento e o risco de aspiração é menor (TILLEY; JR; K, 2015).

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Estudo Comprova

Clotrimazol é Eficaz na Aspergilose Canina

Um estudo foi conduzido com o objetivo de avaliar um protocolo de tratamento tópico minimamente invasivo para aspergilose sino-nasal em cães.

Resultados:

ü  Todos os cães foram curados (resultados negativos para Aspergillus na endoscopia, cultura de fungos e histopatologia) com uma mediana de 2 tratamentos;

ü  Os tratamentos foram bem tolerados, com efeitos adversos mínimos relatados;

ü  Três cães apresentaram evidências de erosão no calvário na tomografia computadorizada.

Conclusão:

Este protocolo parece ser um tratamento minimamente invasivo eficaz e bem tolerado para a aspergilose sino-nasal, inclusive em cães com erosão no calvário. Apenas efeitos adversos leves foram observados.

Referências:

BENITAH, N. Canine Nasal Aspergillosis. Clinical Techniques in Small Animal Practice, 21, n. 2, p. 82-88, 2006/05/01/ 2006.

SALES, M. D. P. U. Capítulo 5 - Aspergilose: do diagnóstico ao tratamento. Jornal Brasileiro de Pneumologia, 35, p. 1238-1244, 2009.

SANCHES, P. P.; COUTINHO, S. D. A. Aspergilose em cães – revisão. Rev Inst Ciênc Saúde 2007.

TILLEY, L. P.; JR, S.; K, F. W. Consulta Veterinária Em 5 Minutos: Espécies Canina e Felina.  2015.

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