Dermatite Atópica
Benefícios da PEA
A disfunção da barreira cutânea na dermatite atópica (DA) canina foi recentemente explorada. Consiste principalmente na ultraestrutura anormal do estrato córneo e na diminuição de ceramidas, isto é, uma família de moléculas lipídicas, composta por esfingosina e um ácido graxo.
Recentemente, foi descoberto um vínculo entre os mastócitos (MCs) e os defeitos da barreira cutânea, com a histamina diminuindo a expressão de proteínas de junção apertadas, levando à formação de uma barreira cutânea defeituosa.
Os mastócitos são células imunes residentes, predominantes em locais expostos ao meio ambiente, como a pele, onde frequentemente se localizam em alta densidade na derme superficial. São essenciais em respostas, como reações alérgicas, incluindo DA.
à
Quando ativados, os MCs
sofrem degranulação e liberam seu conteúdo de grânulos no microambiente
extracelular;
à O modo clássico de ativação é a reticulação de antígenos para IgE específica para antígenos encadernado na superfície do MC (ABRAMO; LAZZARINI; PIRONE; LENZI et al., 2017).
PEA
A palmitoiletanolamida (PEA) é um composto lipídico bioativo de ocorrência natural e uma molécula semelhante a endocanabinóide, produzido sob demanda em resposta ao estresse e dano tecidual e desempenha um papel fundamental na regulação da inflamação e imunidade cutânea.
Os possíveis mecanismos de ação da PEA podem incluir a
regulação negativa da degranulação de mastócitos, incluindo mastócitos caninos,
e através do processo denominado ALIA (Autacoid
Local Injury Antagonism).
PEA é Segura e
Eficaz no Tratamento da Dermatite Atópica Canina
O objetivo deste estudo de 8 semanas foi avaliar a eficácia da palmitoiletanolamida por via ultra-micronizada (PEA-um) em cães com dermatite atópica moderada.
Resultados:
ü A pontuação média na EVA do prurido diminuiu de 5,7±0,08
cm para 3,63±0,19 cm (P <0,0001);
ü No D56, 58% dos cães apresentaram redução superior a 2
cm em relação à linha de base e 30% apresentaram prurido ausente a muito leve
(EVA = 2 cm);
ü O CADLI total médio no D56 diminuiu significativamente
(P <0,0001); sendo que em 62% dos cães esse escore atingiu um valor na faixa
de remissão (=5);
ü O escore médio da QV total diminuiu significativamente
(P <0,0001), com 45% dos cães atingindo os valores de QV descritos para
animais saudáveis;
ü A tolerabilidade foi boa a excelente, com apenas
quatro cães relatando eventos adversos reversíveis associados ao tratamento.
Conclusão:
O PEA-um parece ser eficaz e seguro na redução de prurido e lesões na pele e na melhoria da QV em cães com dermatite atópica moderada e prurido moderado.
Referências
ABRAMO, F.; LAZZARINI, G.; PIRONE, A.; LENZI,
C. et al. Ultramicronized
palmitoylethanolamide counteracts the effects of compound 48/80 in a canine
skin organ culture model. Vet Dermatol,
28, n. 5, p. 456-e104, Oct 2017.
BRITTI, D.; CRUPI, R.;
IMPELLIZZERI, D.; GUGLIANDOLO, E. et al.
A novel composite formulation of palmitoylethanolamide and quercetin decreases
inflammation and relieves pain in inflammatory and osteoarthritic pain models. BMC veterinary research, 13, n. 1, p.
229-229, 2017.
NOLI, C.; DELLA VALLE, M. F.;
MIOLO, A.; MEDORI, C. et al. Efficacy
of ultra-micronized palmitoylethanolamide in canine atopic dermatitis: an
open-label multi-centre study. Vet
Dermatol, 26, n. 6, p. 432-440, e101, Dec 2015.
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