Vitamina
E
A vitamina E, cuja forma mais prevalente e ativa é o alfa-tocoferol, é o antioxidante lipossolúvel predominante nos tecidos. Estudos laboratoriais demonstraram que a vitamina E é um antioxidante extremamente potente (ROCHA, 2008).
É encontrada em grande quantidade nos lipídeos e evidências recentes sugerem que a vitamina E tem a capacidade de impedir a propagação das reações em cadeia induzidas pelos radicais livres nas membranas biológicas (MORAES, 2007).
Mecanismo de Ação
O alfa-tocoferol interrompe a reação em cadeia da peroxidação lipídica, sequestrando os radicais alquilperoxila. Na ausência de vitamina E, a lipoperoxidação é propagada (CERQUEIRA; MEDEIROS; AUGUSTO, 2007).
Vitamina C
O cão é apto a sintetizar o ácido ascórbico (AA), entretanto, a vitamina é frequentemente administrada na tentativa de melhorar a saúde e o desempenho (WANG; BERGE; HOEM; SUND, 2001).
1. Quando
a vitamina E e C são utilizadas como antioxidantes exógenos, a vitamina E irá
se oxidar para alfa-tocoferil e reduzir o peróxido lipídico, porém este
alfa-tocoferil é um radical livre de alta reatividade, provavelmente com a
mesma intensidade que o peróxido lipídico que foi inibido anteriormente;
2. Para o alfa-tocoferil ser reduzido, é
necessário que ocorra a oxidação da vitamina C, que irá se converter em
ascorbil e recuperar o alfa-tocoferil em alfa-tocoferol, mantendo as suas
propriedades antioxidantes;
3. O
ascorbil apresenta, normalmente, pouca reatividade e pode se auto reduzir ou
eventualmente ser eliminado do organismo na sua forma de ascorbil;
4. Em
outras palavras, apesar do excedente de ácido ascórbico ou vitamina C ser
eliminado na urina e na maior parte das vezes em indivíduos com estresse
oxidativo elevado, o ácido ascórbico é eliminado em forma de ascorbil,
mostrando que realizou sua atividade antioxidante dentro do organismo e está
sendo eliminado na sua forma oxidada (DEBOER, 2004).
Vitamina E e Ácidos Graxos
Relação e Benefícios
As famílias ômega-3 e ômega-6 são considerados ácidos graxos essenciais, pois os cães e gatos não podem sintetizá-los e devem ser recebidos pela dieta (NRC, 2006; SIMOPOULOS, 2005).
Os ácidos graxos são incorporados à membrana celular, tendo efeitos sobre sua integridade e a fluidez, atuando também na sinalização celular.
Deficiência de Ácidos Graxos Essenciais
®
Aumento da permeabilidade da pele e da membrana
celular;
®
Deficiência de cicatrização;
®
Aumento da susceptibilidade a infecções;
®
Queda de pelo;
®
Dermatite seborreica com hiperqueratose
®
Aumento na síntese de DNA dos queratinócitos;
® Descoloração dos pelos, descamação, eritema.
Evidências Sobre a Eficácia dos Ácidos Graxos
Vitaminas E e C São Eficazes nos Problemas de Pele em Cães
Estudo 1 – Vitamina E é Eficaz em Cães com Dermatite Atópica
Este estudo teve como objetivo avaliar os efeitos da suplementação de vitamina E em cães com dermatite atópica (PLEVNIK KAPUN; SALOBIR; LEVART; TAVCAR KALCHER et al., 2014).
Resultados:
ü De acordo com os resultados, níveis
plasmáticos mais elevados de vitamina E foram observadas no grupo suplementado
com vitamina E, do que no grupo placebo;
ü A suplementação com vitamina E reduziu escores do Canine Atopic Dermatitis Extent and Severity Index (CADESI-03) e também diminuiu de maneira significativa a intensidade do prurido.
Conclusão:
Os resultados deste estudo apoiam a suplementação de vitamina E em cães
com dermatite atópica.
Estudo 2 – Vitamina C Reduz A Peroxidação Lipídica Após Queimadura
Os efeitos do tratamento com vitamina C (14 mg/kg/h) sobre a peroxidação lipídica na pós-queimadura foi avaliado (MATSUDA; TANAKA; YUASA; FORREST et al., 1993).
Referências
CAVALIERI, A. C.; BAZOLLI, R. S.; PRADA, F. Omega 6 and 3 polyunsaturatedfatty acids dog and cat nutrition. São Paulo. 5 2002.
CERQUEIRA,
F. M.; MEDEIROS, M. H. G. D.; AUGUSTO, O. Antioxidantes dietéticos:
controvérsias e perspectivas. Química
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DEBOER, D.
J. Canine atopic dermatitis: new targets, new therapies. J Nutr, 134, n. 8 Suppl, p. 2056s-2061s, Aug 2004.
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H.; FORREST, R. et al. The effects of
high-dose vitamin C therapy on postburn lipid peroxidation. J
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p. 624-629, Nov-Dec 1993.
MORAES, F.
ALIMENTOS FUNCIONAIS E NUTRACÊUTICOS: DEFINIÇÕES, LEGISLAÇÃO E BENEFÍCIOS À
SAÚDE. Revista Eletrônica de Farmácia,
3, 10/23 2007.
PLEVNIK
KAPUN, A.; SALOBIR, J.; LEVART, A.; TAVCAR KALCHER, G. et al. Vitamin E supplementation in canine
atopic dermatitis: improvement of clinical signs and effects on oxidative
stress markers. Vet Rec, 175, n. 22, p. 560, Dec 6 2014.
ROCHA, M. A.
Biotecnologia na nutrição de cães e gatos. Revista
Brasileira de Zootecnia, 37, p. 42-48, 2008.
SCHUMANN, J.; BASIOUNI, S.; GÜCK,
T.; FUHRMANN, H. Treating canine atopic dermatitis with unsaturated fatty
acids: the role of mast cells and potential mechanisms of action. J Anim Physiol Anim Nutr (Berl), 98, n.
6, p. 1013-1020, Dec 2014.
WANG, S.; BERGE, G. E.; HOEM, N.
O.; SUND, R. B. Pharmacokinetics in dogs after oral administration of two
different forms of ascorbic acid. Res
Vet Sci, 71, n. 1, p. 27-32, Aug 2001.
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