Pool de Probióticos na Dermatite Atópica Infantil

Estudos Científicos
04/jun/2024

Reduzem os Escores que Medem a Gravidade da Doença de Maneira mais Significativa Quando Comparado com o Placebo


Probióticos na Dermatite Atópica

Auxiliam no Controle da Disbiose Intestinal e Melhoram o Eixo ‘Intestino-Pele’

 

A importância do microbioma humano para a saúde vem sendo muito pesquisado na última década. Estudos mostraram que a microbiota e o hospedeiro compartilham uma dependência positiva e a interrupção no equilíbrio entre eles pode causar consequências importantes. A Organização Mundial da Saúde definiu os probióticos como sendo micro-organismos vivos que, quando consumidos em quantidades adequadas, conferem algum benefício para humanos e animais. O microbioma intestinal influencia fortemente o sistema imune do hospedeiro ao promover proteção contra patógenos externos e ao iniciar respostas imunoprotetoras. Devido a isso, alterações no microbioma intestinal podem acarretar o desenvolvimento de doenças inflamatórias ou autoimunes em órgãos distantes do intestino, como a pele.

 

Disbiose Intestinal e Doenças Cutâneas

A disbiose intestinal é caracterizada por uma mudança considerável na relação entre os filos de micro-organismos que habitam o intestino ou pela expansão de novos grupos bacterianos, o que gera um desequilíbrio no microbioma e possíveis efeitos clínicos no organismo humano. Em doenças dermatológicas inflamatórias comuns, como dermatite atópica (DA), acne vulgar, psoríase, rosácea e, até mesmo, o melasma, tem aumentado o número de evidências que apontam para uma correlação da doença com a disbiose intestinal. Somando-se a isso, há a evidência de que algumas células secretoras de peptídeos com função regulatória presentes na pele, no cérebro e no intestino teriam uma mesma origem embrionária, no ectoderme. Esse tipo de informação corrobora e sustenta a existência do conceito “eixo intestino-pele” e “eixo intestino-cérebro-pele”, também levando em conta que o estado emocional pode influenciar o estado inflamatório do indivíduo.

 

Probiótico e Dermatite Atópica

O uso de probióticos para manipular a microbiota intestinal e, assim, obter resultados positivos em órgãos distantes do intestino, como a pele, é uma prática antiga. Uma grande variedade de cepas de probióticos estão disponíveis comercialmente. Os efeitos dos probióticos dependem da cepa. Sendo assim, o efeito observado de uma cepa probiótica não pode ser generalizado para outras cepas probióticas. Além disso, os probióticos podem apresentar efeitos diferentes quando usados em monoterapia ou em combinação com outras cepas. Um dos possíveis mecanismos proposto aos probióticos no gerenciamento da dermatite atópica é a regulação da hipersensibilidade alérgica por meio da supressão da resposta mediada por Th2.



Estudo Comprova

Probióticos na Dermatite Atópica em Crianças

 

Este estudo publicado no periódico internacional Frontiers in Nutrition teve como objetivo avaliar a eficácia de um pool de probióticos (Lactobacillus e Bifidobacterium) em crianças e adolescentes com dermatite atópica. Para isso, 60 pacientes com idades entre 6 meses e 19 anos foram selecionados para participarem desse estudo clínico, duplo-cego, randomizado e controlado por placebo. Todos apresentavam quadros de dermatite atópica de leve a severa. Eles foram divididos em dois grupos para receberem por seis meses a seguinte posologia: Lactobacillus rhamnosus, Lactobacillus acidophilus, Lactobacillus paracasei ou placebo.


Resultados:

Ø  40 pacientes terminaram o estudo (24 no grupo probióticos e 16 no placebo);

Ø  Após seis meses, a resposta clínica foi significativamente melhor no grupo probióticos [diferença média: 32,33% - intervalo de confiança (IC de 95%) de 5,25 a -59,13] especialmente após o terceiro mês de tratamento;

Ø  A redução do SCORAD no grupo probiótico persistiu por mais três meses após a interrupção do tratamento;

Ø  Os pacientes do grupo probióticos necessitaram de imunossupressores tópicos com menor frequência aos 6 e 9 meses. Não foram encontradas alterações significativas para os níveis de IgE, citocinas e no teste de sensibilização.


Conclusão:


Crianças e adolescentes com dermatite atópica apresentaram uma resposta clínica significativa após 6 meses com uma mistura de probióticos (L.rhamnosusL. acidophilus, L. paracasei e B. lactis). No entanto, esse benefício clínico está relacionado à duração do tratamento. Os probióticos devem ser considerados como adjuvante tratamento para dermatite atópica.


Autor(a)

Equipe Técnica Consulfarma
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