Síndrome do Intestino Irritável
Uso Potencial de Probióticos
A Síndrome do Intestino Irritável (SII) é uma das doenças gastrintestinais funcionais mais frequentes, com uma prevalência de 10 a 15%. É caracterizada por dores abdominais crônicas recorrentes e alterações nas fezes . De acordo com os hábitos intestinais e consistência das fezes, os pacientes com SII são agrupados em três subtipos:
® SII com predominância de constipação (SII-C);
® SII com predominância de diarreia (SII-D);
® Hábitos intestinais mistos ou padrões cíclicos (SII-PM[1] ), caracterizado pela ocorrência de episódios de constipação e diarreia.
Atualmente, o primeiro passo no controle dos sintomas da SII envolve modificações no estilo de vida e na dieta, como a adoção de oligo-, di-, monossacarídeos e polióis fermentáveis (FODMAPs), assim como em dietas sem glúten. Nos casos em que as mudanças dietéticas são ineficazes, são introduzidas farmacoterapias adjuvantes, como agentes antidiarreicos, antibióticos, laxantes, antiespasmódicos ou antidepressivos. No entanto, essas intervenções não promovem a resolução de todos os sintomas da e podem causar efeitos adversos sérios.
Microbiota na SII
Diversas evidências demonstraram que a disbiose microbiana intestinal desempenha um papel na fisiopatologia da SII e na gravidade dos sintomas. Tanto os distúrbios qualitativos quanto quantitativos na microbiota intestinal podem ocorrer na microbiota durante a SII.
O uso potencial de probióticos na SII decorre de seus efeitos benéficos documentados na saúde gastrintestinal, bem como seu forte histórico de uso seguro. Além disso, uma menor abundância de espécies de Bifidobacterium e Lactobacillus foi observada em pacientes com SII. Uma redução da gravidade dos sintomas após a suplementação com cepas probióticas desses gêneros, foi relatada por vários ensaios clínicos randomizados.
Estudo Comprova
Resultados
ü No grupo 1, a frequência de evacuação aumentou em participantes com SII-C (n=10) após 8 semanas de suplementação e diminuiu em indivíduos com SII-D;
ü Tanto a suplementação de L. paracasei quanto B. longum melhoraram a qualidade de vida em bem-estar emocional e funcionamento social comparado ao início do estudo;
ü Os escores de Irritable Bowel Syndrome Symptom Severity Scale (IBS-SSS) reduziram significativamente na semana 4 comparado ao início do estudo nos indivíduos suplementados com L. paracasei (-20%), B. longum (-20%) e placebo (-17%). De forma similar, houve redução também na semana 8 vs. início do estudo nos grupos L. paracasei (-30%), B. longum (-22%) e placebo (-31%);
ü Os indivíduos dos grupos probióticos reportaram menor consumo de medicação de resgaste comparado ao placebo;
ü Não houve diferenças expressivas entre os grupos na pontuação Hospital Anxiety Depression Scale (HADS), mas o grupo B. longum relatou maior redução (4%) após 8 semanas;
ü Além disso, o grupo B. longum demonstrou um aumento considerável de Short Form (36) Health Survey v2TM (SF-36;) , enquanto no grupo L. paracasei esse aumento foi de 3,7% desde o início do estudo até a semana 8.
Conclusão
Os pesquisadores concluíram que L. paracasei e B. longum podem reduzir a severidade dos sintomas gastrintestinais e melhorar o bem-estar psicológico de indivíduos com certos subtipos de SII.
Referências bibliográficas
BONFRATE, L.; DI PALO, D. M.; CELANO, G.; ALBERT, A. et al. Effects of Bifidobacterium longum BB536 and Lactobacillus rhamnosus HN001 in IBS patients. Eur J Clin Invest, 50, n. 3, p. e13201, Mar 2020.
LEWIS, E. D.; ANTONY, J. M.; CROWLEY, D. C.; PIANO, A. et al. Efficacy of Lactobacillus paracasei HA-196 and Bifidobacterium longum R0175 in Alleviating Symptoms of Irritable Bowel Syndrome (IBS): A Randomized, Placebo-Controlled Study. Nutrients, 12, n. 4, p. 1159, 2020.
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